quarta-feira, 23 de setembro de 2015

DE VOLTA PARA O FUTURO

                                               
            

                                                        


                                                                              “Haja hoje para tanto ontem.
                                                                              E amanhã para tanto hoje.
                                                                              Sobretudo isso”.
                                                                                                     Leminski

Fantasmas do passado tomam corpo atordoando o Brasil progressista.
Os piores esqueletos do conservadorismo saem do armário, semeando ódio e pregando uma agenda retrógrada.
Uma ofensiva da direita que milita em várias partes do globo. No Brasil foi facilitada por erros de diagnóstico do governo Dilma, que escolheu caminhos contraditórios, opostos ao programa vitorioso nas urnas.
A esquerda atônita parece que entra para o armário sem conseguir construir uma narrativa consistente.
Mas há resistência, especialmente dos movimentos sociais.
No mundo também, em várias partes, a população questiona as políticas de austeridade e as tradicionais formas de representação, onde as elites se mantém no poder através de conluios e manipulações, de costas para a maioria social.
Urge colocar na ordem do dia uma pauta de futuro que leve os brasileiros a pensar numa agenda de desenvolvimento, com emprego e renda e com democracia substantiva.

FRENTE BRASIL POPULAR

Eis que surge a grande novidade da conjuntura, a Frente Brasil Popular. Apostando na luta presente, busca ser um instrumento para romper o cerco conservador e articular um novo centro de gravidade, que leve o Brasil a reencontrar o caminho soberano, com igualdade e desenvolvimento sustentável, um caminho de futuro.
A grande tarefa é organizar a resistência, superando a postura defensiva, operando a necessária contraofensiva popular.
Dois principais obstáculos precisamos superar:
Tentativa de golpe, que está em pleno curso;
Política econômica com um ajuste fiscal que afeta os de baixo, preservando as elites e que potencializa a crise política;

É A POLÍTICA, ESTÚPIDO!

A economia de um país não é uma planilha de excel, cálculos atuariais, onde as pessoas, as relações sociais parecem não existir.
Ajustes, macro, micro, superávits. Apertem os cintos.
Quem comanda a nave?
Quem aperta o cinto, o povão.
Quem é beneficiado, o rentismo.
Eis a questão.
Rentismo no comando, eis a escolha.
Trabalho subjugado com objetivo de diminuir o custo do trabalho.
Pode ser diferente. Existem caminhos alternativos.
Questão de escolha: não se render ao simulacro do terrorismo econômico.

GRAVIDADE

Puxam para o espaço rentista.
Os juros para a estratosfera.
Precisamos fazer funcionar a lei da gravidade e puxar para o chão popular.
Senão criar-se-á um buraco negro onde sumirão nossos direitos e conquistas.
A história brasileira, em tempos de crise, mostra que as elites sempre conseguiram impor suas soluções antipopulares.
Ou com saídas autoritárias, ou pelo centro.
Ambas estratégias estão sendo ensaiadas e operadas.
Clausewitz apontava que para derrotar o inimigo é necessário atingir seu centro de gravidade.
Pois bem, as elites vêm praticando um persistente ataque ao centro de gravidade do projeto progressista, ao PT e suas lideranças.
Por conseguinte, atinge a esquerda como um todo, alimentando o ódio, remexendo os piores esqueletos da reação.
E o governo cercado, sucumbe às chantagens, embretado numa situação de questionamentos sociais, sendo atacado incessantemente.
Diante dessa situação, é preciso dar um recado contundente ao Governo Dilma: muda a política econômica ou a política econômica ampliará o abismo com os anseios do povo e poderá facilitar os intentos golpistas.

ROMPER O CERCO

“As forças morais estão entre os assuntos mais importantes da guerra. Elas impregnam tudo. ” (Clausewitz)

Para romper o cerco é preciso reorganizar nosso exército e contra-atacar.
Parar de recuar, equilibrar o centro de gravidade, onde os movimentos sindicais e populares são decisivos.
Para reorganizar é preciso elevar a moral da tropa.
Ter propostas unificadoras, que encantem o povo, com um projeto de futuro que tenha nitidez.
Para isso é essencial mudar a política econômica, construir ampla mobilização por reformas populares.
Para além de eleições parlamentares, defender uma agenda popular, não dependendo de agenda governamental.
É essencial organizar a resistência contra os ataques às conquistas e aos direitos dos trabalhadores, que vem de vários lados: Congresso; judiciário, governos federais e estaduais, articulados pela mídia conservadora.
Os militantes e suas organizações precisam sair da “zona de conforto” e dedicar-se a construir a Frente Brasil Popular com força e com vontade.
Uma frente que precisa praticar ampla unidade e ter capacidade de aglutinar o povo trabalhador, apontando os caminhos para os avanços populares.
Enfrentar o hoje, preparando o futuro.

De volta para o futuro.