domingo, 7 de novembro de 2010

O MOVIMENTO SINDICAL É CHAMADO À REFLEXÃO


A realidade está impondo a necessidade de reinventar nossa atuação.
Reinventar não significa negar os elementos positivos até aqui alcançados, mas compreender seus limites e a necessidade de superar barreiras.
O Sindicato é um espaço de construção das trincheiras de resistência. Mas é, também, espaço de transformação da realidade, de transformação das pessoas, espaço de convivência, de construção da luta coletiva.
Sempre é necessário buscar atualizar nosso posicionamento, focando com prioridade a realidade dos trabalhadores, disputando consciências, escancarando a realidade, superando o individualismo.
Devemos buscar a construção de uma estratégia de longo alcance, ousada e criativa, questionando-se de alto a baixo.
“É melhor que seja o movimento sindical a questionar-se a si próprio e por sua iniciativa, até porque, se o não fizer, acabará por ser questionado a partir de fora". (Boaventura de Souza Santos)
Muitas vezes, num primeiro olhar, ou mesmo nas intensões do fazer, as ações são desconectadas, não foram pensadas para andarem juntas.
Como pessoas caminhando pelas ruas, aparentemente não tendo nada em comum, encontram-se na praça do bairro, para um comício ou uma atividade cultural.
Vindo de muitos lugares, o encontro permite compartilhar, aproximar, dar coerência, caminhar juntas.
As abóboras se acomodam no andar da carroça, mas também sabemos que é preciso planejar, pensar, mas não com a vertical imposição do já pronto.
Nosso projeto não é um caminhar solitário, é um andar de pessoas que buscam identidades, que querem expressar-se, ser protagonistas, atores e não objetos.
Nossa busca é dar vazão a essa nossa necessidade de falar e escutar, num eco “que se transforma em muitas vozes, em uma rede de vozes que, diante da surdez do poder, opte por falar...
...ela mesma sabendo-se uma e muitas, conhecendo-se igual em sua aspiração a escutar e a se fazer escutar, reconhecendo-se diferente nas tonalidades e níveis das vozes que a formam...
...Uma rede de vozes que nasce resistindo, reproduzindo sua resistência em outras vozes ainda mudas ou solitárias” (EZLN)
Sindicateando é compreender o papel específico da atuação sindical.
É garantir sua independência, não confundindo os papeis diferenciados entre os sindicatos e os governos.
A história sindical do Brasil mostra que tanto o sindicalismo atrelado quanto o sectário acabaram por se isolar dos trabalhadores, distanciando-se de suas verdadeiras demandas e tenderam a minguar em importância no cenário político.
Sindicatear é, também, saber que as mudanças necessárias não ocorrem somente na luta corporativa. É essencial o protagonismo dos trabalhadores em sua auto-organização.
Esses são alguns objetivos ao ocupar mais esse espaço, dando minha humilde contribuição na busca da compreensão do mundo, visando transformá-lo.
Em tempos de absorção de vários sindicalistas para os governos, vários continuam sindicateando, Eu sou um deles!

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